18 de novembro de 2008

Onde está Wally?



Você se lembra do Wally? Ou melhor, do "onde está Wally"?


Era um livro voltado ao público infanto-juvenil e que percorreu os corredores de escola do mundo inteiro nos anos 80 e início dos anos 90. Como não podia ser diferente, eu também me divertia passando os preciosos minutos do recreio com mais diversos colegas ao redor do livro procurando o bendito Wally.


Às vezes era fácil de identificá-lo, mas, à medida que as páginas eram viradas, mais difícil se tornava encontrar aquele simpático personagem de camisa listrada em vermelho e branco, gorro e óculos.


Era incrível como o autor do livro conseguia misturar o Wally em meio à multidão. A uma primeira vista não se percebia a sua presença, cheguei muitas vezes a achar que o livro estava "com defeito", mas não estava, bastava olhar com calma que se encontraria o personagem. E uma vez localizado, toda vez que passasse por aquela página facilmente o encontraria novamente.


Isso me lembra uma história...


Houve um rapaz que vivia nas altas camadas da sociedade. Freqüentava os melhores restaurantes, conhecia as altas autoridades, se fosse na Inglaterra aposto que jogaria cricket com o príncipe William, ou nos Estados Unidos iria à final da NBA com o Barack Obama. Enfim, o cara era considerado "pra dedél", importante mesmo.


Mas nem sempre foi assim. Antes, ele era presidiário, tendo sido preso só porque era de um país diferente (sabe como é essas questões de imigração, problemas de passaporte, etc...)
. Durante seu tempo de reclusão, enquanto encontrava-se recolhido lá no Bangu 8, o agente penitenciário diretor de segurança do presídio chegou para ele e disse: "o bandeco é esse mano, ou você come ou fica com fome, vai ter que se ajustar ao esquema daqui!".

Mas o nosso protagonista, de nome Daniel (não era o Daniel Sam do Karatê Kid, mas era tão determinado quanto ele), chamou três manos dele que estavam na mesma condição que a sua e disse: "mermão, nosso negócio é outro, nós curtimos outra parada".
O agente penitenciário logo respondeu: "ih, já vi que vocês vão me dar problemas". Daniel, sensatamente disse "não é bem assim, apenas gostamos de fazer aquilo que vai agradar o nosso Deus!"

Como em todo sistema penitenciário, a pessoa ter uma crença já ganha um certo respeito, logo o carcereiro perguntou como podia ajudá-lo e Daniel disse "deixe-nos jejuar por dez dias". A muito custo, o carcereiro, mesmo temendo represália de seu diretor, aceitou.

Dez dias se passaram e Daniel e seus amigos estavam muito melhores que os demais detentos. Se destacaram tanto que o juiz das execuções penais os chamaram para ser seus assessores. Daí em diante Daniel não parou mais e, após uma série de fatos, acabou se tornando presidente do Conselho da República, sendo aquele responsável por aconselhar o Presidente da República.
Tudo isso aconteceu porque Daniel fez a diferença.

Ele foi um Wally perdido em meio a muitos, que mesmo parecendo que ia passar desapercebido Deus o colocou em posição de destaque, tão somente porque ele foi fiel.

Temos que tirar da mente aquela imagem bem caricatural de evangélico: uma pessoa de roupas de linho surrado, mulheres com saias nos tornozelos e a axila e pernas cabeludas, Bíblia debaixo do braço e um semblante triste. Enfim, uma imagem bem bizarra que é incutida no imaginário popular, hoje nem tanto, mas nos meus tempos de infância com certeza.

Ser cristão é ser diferente e se destacar por isso, ser a referência de Cristo para as pessoas. É ser quem o Wally, que estando em meio à multidão não deixou de ser quem era, não se contaminando com o mundo e sempre se destacando por ser um servo fiel do Senhor.

Vamos ser uma nova geração de Wally's?
"E Daniel decidiu firmemente em seu coração não se contaminar com as finas iguarias do rei..." (Daniel 1:8)

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